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Blog que retrata sobre os mais diversos
assuntos de Psicologia e suas abordagens.
Acadêmicos: Alessandra Schindler,
Giane Assmann, Luciane Pillar e Mateus
Kratz.






sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Ensaio sobre a noção de poder em Michel Foucault

 
Por Giane Assmann

 


Ensaio sobre a noção de poder em Michel Foucault

O Poder não pode e não deve ser pensado como uma mercadoria, uma recompensa, ou uma trama, e sim como uma operação de tecnologias politicas através do corpo social e o seu funcionamento será responsável pelo estabelecimento de relações desiguais e assimétricas o que poderá caracterizar as relações de poder como desiguais.

Para analisar o poder é preciso entendermos a análise do seu funcionamento diário através das micro práticas das tecnologias políticas, onde nossas práticas se formam.

Além dos mecanismos de formação, direção e modificação do comportamento humano, deveremos pautar também as relações as quais o indivíduo está inserido e o seu saber, também é preciso ser levado em conta as articulações que identificam esse indivíduo dentro de um contexto populacional, como parte de um corpo social, onde será possível definir as pautas de governo e de cuidados coletivos.

Para Focault, o poder não estava localizado em uma instituição e nem em contratos jurídicos ou políticos. Para ele o poder reprime mas também produz efeitos de saber e verdade. Para ele o poder serviria para identificar o indivíduo atuando sobre outros indivíduos. Para o filósofo existia o que ele deu o nome de Triangulo (poder- direito- verdade), com isso ele queria nos mostrar o poder como direito, pelas formas que a sociedade se coloca e se movimenta, ou seja se há leis que operam, há também os que a ela devem obediência, somos forçados a produzir a verdade pelo poder que exige essa verdade e que necessita dela para funcionar. Nos mostra também que as relações de poder postas pela sociedade, escolas, prisões, instituições, são marcadas pela disciplina. É pela disciplina que a relação de poder se torna mais facilmente observável, pois é através dela que se estabelecem as relações opressor-oprimido, mandante-mandatário, e tantas outras quanto forem as relações que exprimam comando e comandados, a disciplina seria então um instrumento de dominação e controle dedicado a excluir ou domesticar os comportamentos emergentes. A noção de homem era vinculada a sistemas limitados historicamente, o que existiam eram sujeitos que variavam de tempo e lugar dependendo de suas interações não apenas um (objeto (submetido a ação da natureza) e sujeito ( aquele que seria capaz de mudar o mundo ) ( como era falado desde a antiguidade). Observou também que a mente e corpos humanos poderiam ser moldados por diversas instituições sociais ao mesmo tempo em que se firmavam várias instituições de proteção ao cidadão como escolas, hospitais, presídios, nelas também se inseriam mecanismos de controle baseados na ameaça de punição – a esses mecanismos Foucault deu o nome de (Tecnologia Politica), que tinha poder de controle ( de espaço, tempo, informações), e seu principal elemento era a hierarquia.

As escolas para Foucault tinham uma forma de escrever o poder e produzir um determinado tipo de sociedade através de (vigilância, adestramento do corpo e da mente). Nesse sentido as escolas, hospitais e prisões eram considerados por ele como instituições de sequestro, onde o indivíduo é retirado do seu espaço social e internado por longos períodos para que a sua conduta seja moldada e seu comportamento disciplinado.

Para ele não existia um único poder e sim um macro poder e um micro poder, não acreditava que o poder e a dominação fossem originários de uma única fonte controladora, mas sim de que seriam exercidos em várias direções todos os dias em diferentes níveis, essa ação segundo Foucault não é sempre opressora, ela pode estar também relacionada por exemplo pela criação, portanto para ele não existe relação de poder que não seja acompanhado pela criação de um saber, um conhecimento e vice verso.

Uma das grandes percepções de Foucault foi a de que ao criamos novos saberes, passamos a conhecer melhor os indivíduos, sua subjetividade, sua maneira de ser. Saberes (hoje conhecido pelo nome de Ciências Humanas), passou a ter um conhecimento muito grande sobre o que passa na cabeça das pessoas, no modo de vida delas, e nas suas interações diárias. Vivemos em um sistema onde o controle não é mais exclusivo do poder mas também do saber sobre o indivíduo, é este que tem um grande poder de controle na vida das pessoas (Psicologia, fonoaudiologia, medicina, Direito)

Esse foi o gancho para que o homem conseguisse agir contra o que não quer ser e pensar em outras possibilidades para o mundo em que vive, ou seja, é possível lutar contra a dominação representada por certos padrões de pensamentos e comportamentos, só não se pode ser imune e escapar completamente das relações de poder.



Referência

SOUZA, Washington L. Ensaio sobre a noção de poder em Michel Foucault. Disponível em: http://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/ML/article/viewFile/3160/2911. Rev. Múltiplas Leituras, v. 4, 2, 2011, p. 1-2 ISSN 1982-8993.

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