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Blog que retrata sobre os mais diversos
assuntos de Psicologia e suas abordagens.
Acadêmicos: Alessandra Schindler,
Giane Assmann, Luciane Pillar e Mateus
Kratz.






sábado, 28 de novembro de 2015

Ausência paterna no desenvolvimento infantil

Por Giane Assmann

 
 


               Ausência paterna no desenvolvimento infantil e suas consequências



Nos dias atuais e devido as grandes modificações da estrutura familiar, visto que a principal teoria de desenvolvimento tem sua base na família tradicional, esse assunto acabe se tornando muito complexo, tentaremos através desse breve fichamento examinar qual é o impacto que isso causa no desenvolvimento psicológico, intelectual e comportamental de uma criança.


Freud, em seu trabalho Uma Lembrança da Infância e Leonardo da Vinci, diz: “ Na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada”. Segundo Fishman, de 56 milhões de famílias norte americanas, apenas 16,3% são famílias convencionais. E o número de crianças que vive em uma família com somente um dos genitores é de 20 a 50% do número total de famílias, e estas normalmente são chefiadas por mulheres divorciadas ou separadas.


Ferrari, em seus estudos muito contribuiu para esse assunto, pois afirma a existência de uma necessidade inata de filiação materna e paterna dos seres humanos, relata o autor ainda “que os filhos têm a necessidade de saber porque o pai não convive com eles, mas precisa ouvir isso da boca do próprio pai “ e não da interpretação da mãe ou de parentes. Aborda também a delicadeza de pais substitutos, pois esses podem também se afastarem deixando a criança outra vez com a sensação de abandono, como se fosse ele o culpado outra vez, aumentando sua sensação de orfandade.


Essas situações se tornam mais delicadas quando a mãe possui relacionamentos rápidos e instáveis. Relata ainda o autor que se precisa levar em conta a hesitação da criança em aceitar ou não esse pai substituto, pois essa busca da mãe pode soar como traição ,o que ocasionará na criança cada vez mais o desejo de conhecer seu genitor, pois a mesma sentira um vazio que é formado por ela não se sentir amada pelo genitor ausente. Ela acaba se sentindo desvalorizadas, podendo ter pensamentos do tipo: “ criança má, motivo da separação dos pais, etc “, e isso poderá acarretar reações como violência, melancolia, agressividade, depressão, tristeza e timidez. Ou seja, a criança pode se retrair, se fechar em si, ou se tornar vingativa com condutas antissociais.


Segundo Ferrari, “ os fracassos escolares, problemas de relacionamento e aprendizagem, na maioria dos casos tem como base as situações familiares. Como também pode ocorrer o inverso, com medo do abandono da mãe e para agradar aquela que sempre esteve ao seu lado, a criança poderá se tornar um ótimo aluno, uma pessoa de ótima convivência. Segundo o autor a importância da convivência na presença de ambos os pais é que permitirá a criança passar de forma natural os processos de diferenciação e identificação, pois a falta de um dos genitores acarretará uma sobre carga no outro ocasionando uma insegurança que poderá ocasionar um prejuízo na personalidade do filho. Relembra também que em alguns casos essa mãe poderá se apresentar para a criança, como uma supermãe e que poderá com isso anular a presença e personalidade da criança. Considera o autor que com a entrada na escola e com isso o surgimento de outros objetos de interesse, a criança poderá começar a competir e até se identificar, mas acredita que nem sempre essas compensações ocorridas mais tardes irão compensar a situação já internalizada na criança.


Após uma revisão da literatura a respeito do tema, será apresentado o resumo de um caso clínico em que essa questão e suas consequências permeiam a vida do paciente e, consequentemente, seu tratamento psicoterápico. Através desses três autores, conseguimos perceber que a ausência de um dos genitores, o que geralmente ocorre é a ausência paterna, é um grande potencial de produção de conflitos no desenvolvimento psicológico, cognitivo e de comportamento para a criança. Pesquisas científicas e teorias psicológicas comprovam que a figura paterna e de fundamental importância para o desenvolvimento e o psiquismo infantil, e a teoria psicanalítica relata que o pai possui papel estruturante na trama familiar, partindo da criação do complexo de édipo, ou seja o sujeito se constrói e sai do estado de natureza para adentrar na cultura.


Referência


EIZIRIK, Mariana; BERGMANN, David Simon. Ausência paterna e sua repercussão no desenvolvimento da criança e do adolescente: um relato de caso. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082004000300010> Rev. Psiquiatr. Rio Gd. Sul vol.26 no.3 Porto Alegre Sept./Dec. 2004.
 

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