Sobre o blog

Blog que retrata sobre os mais diversos
assuntos de Psicologia e suas abordagens.
Acadêmicos: Alessandra Schindler,
Giane Assmann, Luciane Pillar e Mateus
Kratz.






domingo, 29 de novembro de 2015

Henri Wallon

 
Por Luciane Pillar
 
 
 


                                       Escola e infância -Teoria de Wallon



“A criança responde às impressões que as coisas lhe causam com gestos dirigidos a elas."
 
 
 “O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna.”


Henri Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em medicina e psicologia. Fez também filosofia. Atuou como médico na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos. Em 1925, criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Quatro anos mais tarde, tornou-se professor da Universidade Sorbonne e vice-presidente do Grupo Francês de Educação Nova - instituição que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele país e da qual foi presidente de 1946 até morrer, também em Paris, em 1962.



Ao longo de toda a vida, dedicou-se a conhecer a infância e os caminhos da inteligência nas crianças. Militante de esquerda, participou das forças de resistência contra Adolf Hitler e foi perseguido pela Gestapo (a polícia política nazista) durante a Segunda Guerra (1939-1945). Em 1947, propôs mudanças estruturais no sistema educacional francês. Coordenou o projeto Reforma do Ensino, conhecido como Langevin-Wallon - conjunto de propostas equivalente à nossa Lei de Diretrizes e Bases. Nele, por exemplo, está escrito que nenhum aluno deve ser reprovado numa avaliação escolar.


Em 1948, lançou a revista Enfance, que serviria de plataforma de novas ideias no mundo da educação - e que rapidamente se transformou numa espécie de bíblia para pesquisadores e professores. Wallon propunha uma concepção mais integrada com ênfase nos aspectos emocionais e afetivos.



Suas ideias são fundamentadas em quatro elementos básicos que interagem o tempo todo: afetividade, movimento, inteligência e a formação do eu como pessoa. Militante apaixonado (tanto na política como na educação), dizia que reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. Ou seja, "a própria negação do ensino".


Atualmente é comum pensar que a escola deve proporcionar formação integral (intelectual, afetiva e social) às crianças. Porém, no início do século passado, essa ideia foi uma verdadeira revolução no ensino comandada por Wallon. Sua teoria pedagógica, que diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro, abalou as convicções numa época em que memória e erudição eram o máximo em termos de construção do conhecimento. Wallon acredita que as emoções tem papel importante no desenvolvimento da pessoa. Através das emoções que o aluno expressa seus desejos e suas vontades em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino.


Diferentemente dos métodos tradicionais (que priorizam a inteligência e o desempenho em sala de aula), a proposta walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo. Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano. As atividades pedagógicas e os objetos, devem ser trabalhados de formas variadas. Numa sala de leitura, por exemplo, a criança pode ficar sentada, deitada ou fazendo coreografias da história contada pelo professor. Os temas e as disciplinas não se restringem a trabalhar o conteúdo, mas a ajudar a descobrir o eu no outro. Essa relação dialética ajuda a desenvolver a criança em sintonia com o meio.
 
Abaixo temos um vídeo explicando um pouco melhor sobre Wallon e sua teoria:

 





Referência


SANTOS, Fernando Tadeu. Henri Wallon. Disponível em: <
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/henri-wallon-307886.shtml#> Acesso em: 28/11/2015.

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