Por Luciane Pillar
Depressão pós-parto: fator prejudicial ao bebê
A rede nacional de saúde tem voltado à atenção materna no que se refere ao cuidado humanizado à mãe e ao seu bebê. Visando favorecer o estabelecimento da relação saudável entre a dupla, mãe-bebê, além de prevenir que a mãe desenvolva a depressão pós-parto (DPP).
Conforme Moraes e cols. (2006), a DPP é um importante problema de saúde pública que afeta tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento do seu filho. A perspectiva de cura ou melhora dos sintomas para a mãe que sofre de DPP é boa se o diagnóstico e o tratamento forem feitos precocemente (Klaus & cols, 2000), sendo esta uma ação de promoção da saúde.
A DPP refere-se aos sintomas que se iniciam da quarta a oitava semanas, podendo chegar a 52 semanas após o parto e que podem persistir por mais de um ano. A incidência de depressão materna varia de 10% a 16% das novas mães (Klaus, Kennel & Klaus, 2000). Os sintomas mais comuns na depressão pós-parto ocorrem próximo ao primeiro mês e são eles: irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, falta de interesse nas relações sexuais, transtornos alimentares e do sono.
A ansiedade também é um sintoma muito comum e aparece em algumas mães como falta de afeto pelo bebê, autoacusação e sentimento de culpa. Na maioria das vezes as mães com depressão pós-parto apresentam sintomas psicossomáticos como cefaleia, dores nas costas, erupções vaginais e dor abdominal, sem causa aparente. Um quadro com um ou mais desses sintomas é normal, nesse período a mãe se dedica um pouco mais nos cuidados com o bebê. Porém, quando os sintomas são muitos e perduram por um período de semanas é sinal de que a mãe necessita de ajuda.
Segundo Klaus e cols. (2000), é importante distinguir o postpartum blues normal e a verdadeira depressão pós-parto, que afeta 80% a 90% das novas mães. Seguindo este esclarecimento Maldonado (2000) considera o puerpério como o “quarto trimestre” da gravidez, considerando-o um período de transição que dura por volta de três meses após o parto, acentuado em particular no primeiro filho.
Nesse período, a mulher torna-se especialmente sensível, muitas vezes confusa, até mesmo desesperada; a ansiedade normal e a depressão reativa são comuns. O postspartum blues mencionado é caracterizado por um curto período de emoções voláteis, que comumente ocorrem entre o segundo e o quinto dia após.
De acordo com Bowlby (1984) o vinculo da criança com a mãe é compreendido como comportamento de apego. O comportamento de apego é visto como aquilo que ocorre quando são ativados certos sistemas comportamentais como, chorar, balbuciar e sorrir, agarrar-se, sucção não nutritiva e a locomoção, tal como é usada para abordar, seguir e procurar. Desde uma fase inicial do desenvolvimento, cada um desses tipos de comportamento tem como resultado previsível a aproximação da mãe.
A maioria dos bebês com aproximadamente três meses de idade já respondem à mãe de um modo diferente, em comparação com outras pessoas. Quando vê sua mãe, o bebê sorri e vocaliza mais prontamente, seguindo com os olhos por mais tempo do que quando vê qualquer outra pessoa. Portanto, a discriminação perceptual está presente.
Quando o bebê encontra uma figura com disponibilidade para interagir consigo, com sensibilidade para interpretar e responder aos sinais enviados por ele, consegue desenvolver um satisfatório vínculo de apego. Consequentemente, desenvolverá sentimentos de autoconfiança, confiança no mundo e nas pessoas, bem como terá construído uma boa base para o desenvolvimento de sua autonomia enquanto sujeito particular (Souza, 2005).
Nenhuma forma de comportamento é acompanhada por sentimentos mais fortes do que o comportamento de apego. As figuras para as quais ele é dirigido são amadas, e a chegada delas é saudada com alegria. Enquanto uma criança está na presença incontestada de uma figura principal de apego, ou a tem ao alcance, sente-se segura e tranquila. Uma ameaça de perda gera ansiedade, e uma perda real, tristeza profunda; ambas as situações podem, além disso, despertar cólera (Bowlby, 1984).
Sabendo disso, reconhecer e tratar a depressão pós-parto torna-se imprescindível, já que a relação da mãe e seu bebê tem forte influência no desenvolvimento emocional e social da criança e geralmente persiste ao longo do ciclo vital.
Referências
SILVA, Vanessa V. P. da. Depressão pós-parto: fator prejudicial no vínculo mãe-bebê. Disponível em: https://www.algosobre.com.br/psicologia/depressao-pos-parto-fator-prejudicial-no-vinculo-mae-bebe.html Acesso em: 27/11/2015.
Bowlby, J. (1984). Apego. São Paulo: Martins Fontes.
CRECCHI, Marcos. Depressão pós-parto. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9vu2ScvlEhg> Acesso em 28/11/2015.
Depressão pós-parto: fator prejudicial ao bebê
A rede nacional de saúde tem voltado à atenção materna no que se refere ao cuidado humanizado à mãe e ao seu bebê. Visando favorecer o estabelecimento da relação saudável entre a dupla, mãe-bebê, além de prevenir que a mãe desenvolva a depressão pós-parto (DPP).
Conforme Moraes e cols. (2006), a DPP é um importante problema de saúde pública que afeta tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento do seu filho. A perspectiva de cura ou melhora dos sintomas para a mãe que sofre de DPP é boa se o diagnóstico e o tratamento forem feitos precocemente (Klaus & cols, 2000), sendo esta uma ação de promoção da saúde.
A DPP refere-se aos sintomas que se iniciam da quarta a oitava semanas, podendo chegar a 52 semanas após o parto e que podem persistir por mais de um ano. A incidência de depressão materna varia de 10% a 16% das novas mães (Klaus, Kennel & Klaus, 2000). Os sintomas mais comuns na depressão pós-parto ocorrem próximo ao primeiro mês e são eles: irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, falta de energia e motivação, falta de interesse nas relações sexuais, transtornos alimentares e do sono.
A ansiedade também é um sintoma muito comum e aparece em algumas mães como falta de afeto pelo bebê, autoacusação e sentimento de culpa. Na maioria das vezes as mães com depressão pós-parto apresentam sintomas psicossomáticos como cefaleia, dores nas costas, erupções vaginais e dor abdominal, sem causa aparente. Um quadro com um ou mais desses sintomas é normal, nesse período a mãe se dedica um pouco mais nos cuidados com o bebê. Porém, quando os sintomas são muitos e perduram por um período de semanas é sinal de que a mãe necessita de ajuda.
Segundo Klaus e cols. (2000), é importante distinguir o postpartum blues normal e a verdadeira depressão pós-parto, que afeta 80% a 90% das novas mães. Seguindo este esclarecimento Maldonado (2000) considera o puerpério como o “quarto trimestre” da gravidez, considerando-o um período de transição que dura por volta de três meses após o parto, acentuado em particular no primeiro filho.
Nesse período, a mulher torna-se especialmente sensível, muitas vezes confusa, até mesmo desesperada; a ansiedade normal e a depressão reativa são comuns. O postspartum blues mencionado é caracterizado por um curto período de emoções voláteis, que comumente ocorrem entre o segundo e o quinto dia após.
De acordo com Bowlby (1984) o vinculo da criança com a mãe é compreendido como comportamento de apego. O comportamento de apego é visto como aquilo que ocorre quando são ativados certos sistemas comportamentais como, chorar, balbuciar e sorrir, agarrar-se, sucção não nutritiva e a locomoção, tal como é usada para abordar, seguir e procurar. Desde uma fase inicial do desenvolvimento, cada um desses tipos de comportamento tem como resultado previsível a aproximação da mãe.
A maioria dos bebês com aproximadamente três meses de idade já respondem à mãe de um modo diferente, em comparação com outras pessoas. Quando vê sua mãe, o bebê sorri e vocaliza mais prontamente, seguindo com os olhos por mais tempo do que quando vê qualquer outra pessoa. Portanto, a discriminação perceptual está presente.
Quando o bebê encontra uma figura com disponibilidade para interagir consigo, com sensibilidade para interpretar e responder aos sinais enviados por ele, consegue desenvolver um satisfatório vínculo de apego. Consequentemente, desenvolverá sentimentos de autoconfiança, confiança no mundo e nas pessoas, bem como terá construído uma boa base para o desenvolvimento de sua autonomia enquanto sujeito particular (Souza, 2005).
Nenhuma forma de comportamento é acompanhada por sentimentos mais fortes do que o comportamento de apego. As figuras para as quais ele é dirigido são amadas, e a chegada delas é saudada com alegria. Enquanto uma criança está na presença incontestada de uma figura principal de apego, ou a tem ao alcance, sente-se segura e tranquila. Uma ameaça de perda gera ansiedade, e uma perda real, tristeza profunda; ambas as situações podem, além disso, despertar cólera (Bowlby, 1984).
Sabendo disso, reconhecer e tratar a depressão pós-parto torna-se imprescindível, já que a relação da mãe e seu bebê tem forte influência no desenvolvimento emocional e social da criança e geralmente persiste ao longo do ciclo vital.
Referências
SILVA, Vanessa V. P. da. Depressão pós-parto: fator prejudicial no vínculo mãe-bebê. Disponível em: https://www.algosobre.com.br/psicologia/depressao-pos-parto-fator-prejudicial-no-vinculo-mae-bebe.html Acesso em: 27/11/2015.
Bowlby, J. (1984). Apego. São Paulo: Martins Fontes.
CRECCHI, Marcos. Depressão pós-parto. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9vu2ScvlEhg> Acesso em 28/11/2015.
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